sábado, 11 de maio de 2013

Ser mãe de um herói de sua própria vida


        Eu, que sempre desejei ser mãe, há pouco tempo percebi que esse misterioso e encantador personagem tem em nossas vidas uma função ainda mais complexa que de amor, exemplo, cuidado, e por aí a fora que tão bem conhecemos, ela parece ser o coadjuvante necessário para que o herói - nós - descubra sua humanidade, suas limitações, e, portanto, a capacidade de todos de errarem, possuírem falhas, não serem perfeitos. A forma que nos ensinará mais esta lição pode variar, mas inevitavelmente criticará nossas escolhas, julgará mal nossos amigos, cometerá equívocos, mostrar-se-á vulnerável. Óh, que precioso personagem, óh, que sina pesada enfrenta. 

Ana Kita

sábado, 4 de maio de 2013

Em minha mão

        Eu que sempre quis ter o controle nas mãos - e receber surpresas previsíveis e pré-aprovadas inconscientemente -, ano após ano percebi que a vida tinha um poder maior de subverter e surpreender, embora nem sempre eu concordasse ou soubesse me alegrar com os caminhos, segui firme e esperançosa num futuro recompensador. Ainda não sei se ele chegou, aliás, se chegará. Temo que minha insistência em tomar às rédeas, acelerar, pular fases me tire certos prazeres ou pior, provoque desastres. É certo que por hoje o brilho em minha mão direita, ainda que sem promessas, faz-me crer na felicidade.

Ana Kita