sexta-feira, 25 de maio de 2012

Saudade - Ana Kita

      Queria uma palavra, e uma única - e tão pequena - me chama. Procurei, então, uma imagem e só seu rosto me veio a mente. O corpo pesou e tentei adormecer. Faltou-me, então, seu cheiro e seu calor para que o sono viesse e trouxesse com ele meus melhores sonhos. Que falta me faz você.
        Até as aulas de matemática me soam aos ouvidos: conjunto vazio. Bem assim me sinto. Já não sou só, já não termino em mim. Mas, de repente uma ausência que domina, paraliza. Espera.

Ana Kita

domingo, 13 de maio de 2012

Carta a mãe

Mãe, quando tudo fica negro, seco, frio ou difícil, tenho a você. Quando já não há ninguém que possa me socorrer, sei que ainda posso contar com você. Quando a melhor coisa que podia me acontecer ocorre, é com você que quero compartilhar. Você é sinônimo de companhia, de amizade, de cuidado, de carinho, de razão e de amor. Você é meu ideal de honestidade, beleza, confiança e sabedoria. Sempre me apoiou, admirou, falou a verdade - mesmo quando eu não queria ouvir -, acima de tudo me amou e esteve ao meu lado, inclusive para me levantar se preciso fosse. Hoje sou eu quem a admira, apoia, fala a verdade - mesmo quando rejeita ouvir -, acima de tudo a ama e está ao seu lado. Amo você, mãe, pelo que é, mas também pelo que sou. 
Agradeço cada sorriso, cada lágrima, cada colo, colher na boca, fralda trocada, gota de leite, cada história contada, minuto para ouvir e palavra para aconselhar/ensinar, cada vez que estendeu-me a mão, cada almoço/janta/café, noite mal dormida e/ou espaço em sua cama, cada telefonema perguntando como eu estava, presente e mensagem carinhosa, surpresa, cada bronca, cada elogio e cada incentivo. Agradeço por confiar em mim e fazer de tudo para que eu também confie. 

Com todo meu amor,
filhota, Ana*.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Carta a ti: que é preciso desejar

Joinville, 04 de maio de 2012.

        Desejo. No fim - no meio e no início - não é apenas isso? O ser humano é movido por desejos, dos mais bobos e simples, aos mais utópicos e transformadores. Eu sou. Aliás, eu desejo. Está lá o substantivo e aqui o verbo, está o tempo todo, em todo lugar, torna-se um sujeito que vive entre nós, dentro de nós. O desejo atravessou a cidade e me chamou a viver contigo, conviver, querer-te. O descarado, desejo, sussurou no teu ouvido quanto tempo sem uma carta e confessaste. O desejo me visitou nesta manhã fria, tipo nublada com sol e chuva, e aqui estou, sanando desejos, pensando em mais. 
        Hoje em dia, meu desejo tem cara de 20, quase 20 anos desejando. Desejo 20 beijos por dia, 20 palavras amorosas, 20 minutos abraçados, 20 minutos em silêncio ao acordar. Desejo um exercício diário de no mínimo 20 minutos, umas 20 atividades físicas diferentes, um passeio de 20 km pelo menos, conhecer uns 20 lugares por ano. Desejo uns 20 mil sonhos para nosso futuro, uma família com uns 20 integrantes, ver nossos filhos chegarem ao menos aos 20.  Desejo 20 meses de espera, 20 dias juntos, mais de 20 anos casados e felizes. Desejo 20 renovações de amor, 20 novos motivos para nos amarmos todos os dias, 20 álbuns para contar nossa história. Preciso dizer que 20 vezes nem sempre é suficiente para dizer que eu te amo!
        Entre tantos desejos múltiplos, desejo apenas a ti. Estar contigo, casar contigo, ter filhos teus, fazer-te feliz, planejar contigo, realizar sonhos contigo, viajar contigo, comemorar contigo, dormir e acordar ao teu lado, zelar teu sono, cozinhar para ti, comprar-te presentes, surpreender-te, admirar-te, torcer por ti, cuidar de ti, ser pra sempre teu amor, amar-te por toda minha vida, desejar-te sempre mais.  E mais.

Com todo meu amor,
sua pequena,
Ana.