quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

"Quanto mais triste mais bonito soa"

 De repente, a tão almejada felicidade tornara-se antídoto à poesia!? Engraçado questionar-se, mas estava ali, impossível driblar tal pensamento antes de o sol voltar a nascer. E as questões típicas de outro tempo, se de fato felicidade era o caminho ou o destino, se podia plantá-la ou aguardá-la, hoje se esvaíram. Sentia-se, perante tamanho estado de plenitude, impotente: ser feliz já não era escolha, fazia parte de si. Temeu por um instante não mais escrever. Passou. Ficou admirando o luar, o breu, o acordar laranjado de um novo dia... Fez-se, em silêncio, a poesia.