Todo livro é um histórico médico do seu escritor (pois então sugiro que não leia um meu). Pode ser um diagnóstico do mal da sociedade, mas vai sempre ser a alma do poeta. Ainda que cheio de firulas desnecessárias e jorrando sangue de ficção. Ainda que eu mulher escreva como homem, ou eu solteira esteja numa esposa e mãe. Ainda que a juventude do escritor diga de anos em que ele nem vivia e suas personagens sejam velhas e experientes. Aliás, é mais provável ele se esconder nas coisas fáceis de mentir - já dizia Pessoa, o poeta é um fingidor -. São nos valores, ainda que invertidos, nas promessas, ainda que duvidosas, na escolha dos adjetivos, ainda que ultra românticos, que o poeta se revela. Não acredite também em mim, faço uso das palavras e nem me dou conta do poder que elas têm. Conto-lhe mentiras e é capaz de não notar.
Ana Kita
às vezes eu penso que a literatura vem daquilo que a gente vive e não percebe que é literatura.
ResponderExcluirficou muito muito oportuno este teu escrito ^^
beijos!
realmente ana, pessoalmente costumo pensar que dentro de um livro temos um diagnóstico do pensamento do autor no momento em que escrevia, querendo ou não sempre colocamos uma parte, normalmente grande, de nós mesmos dentro do que escrevemos.
ResponderExcluirbeijos
Que delícia esse texto Ana. Me lembrou do filme "A Invenção da Mentira", já ouviu falar? Fica uma recomendação... ;)
ResponderExcluirhttp://www.uouwww.com/2010/02/a-inveno-da-mentira-2009.html
Muito obrigada, meninos! Maikon e Ítalo entraram no meu ponto! *-*
ResponderExcluirO filme não conheço, Kawen. Mas, ficou anotadinho! ;)
Beijos!
Ana
bonito escrito. e verdadeiro. autobiográfico ou não, sempre pulsa no texto a vida do autor. eis aí uma coisa que liga os maiores escritores (woolf, joyce, graciliano ramos, tantos outros) aos que começam agora.
ResponderExcluirvaleu!!
Obrigada, Eduardo! Concordo, unem mesmo, mesmo a aspirantes. rs
ResponderExcluirBeijos!
Ana
Oi, Ana! Gostei muito deste aqui. Posso até dizer que me identifiquei com a mensagem como se estivesse falando particularmente comigo. E este é o grande dom da escritora, acertar o íntimo do leitor. Afinal de contas, o bom livro é aquele que lê o leitor.
ResponderExcluirBeijos, querida!
Bruno
Obrigada, Bruno! Fico muito feliz, acredito nisso mesmo, fora que ficou lindo escrito assim "aquele que lê o leitor". =D
ResponderExcluirBeijos!
Ana