sábado, 16 de outubro de 2010

   O difícil não é aceitar que as relações tenham fim, nem que as pessoas mudem ou que o tempo as distancia. Toda e qualquer imensa dificuldade existe na intimidade se perder, em amantes tornarem-se conhecidos de mero cumprimento, em duas pessoas passarem a se constranger ao ficarem juntas quando já estiveram muito mais próximas (dentro). Sinto-me presa ao passado nesses momentos, uma garotinha imatura e nostálgica que o que mais deseja é o retorno. A lembrança machuca. Apague tudo que lhe faz mal. Não apague o que construímos, nem o que conquistamos, apague o espaço entre nossos corpos, a formalidade de nossas palavras, a postura sóbria que passamos a adotar - era só frente aos outros, quando conseguíamos, hoje é o natural.

Ana Kita

4 comentários:

  1. Teus textos (contos?) são muito lindos. Parece música pra mim.
    Abraço!

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  2. Oin, que amor! Muito obrigada! *-*

    Beijos!
    Ana

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  3. Esse tema... que delícia ler em palavras antes nunca reunidas e orquestradas, algo que sabemos claramente do que se trata. Oh, Ana... como a saudade e a distância são coisas universais, não é?

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  4. São sim, embora saudade só seja tão perfeitamente escrita em língua portuguesa! :P
    Obrigada, Kawen!

    Beijos!
    Ana

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