segunda-feira, 25 de abril de 2011

Carta ao pai 18: Amor e namorado

Joinville, 25 de abril de 2011.

   Pai, ontem vivi o que você e eu mais desejávamos, sem que um revelasse ao outro. Apresentei meu namorado à nossa família. Tão engraçado agora olhar para trás e ver o quanto ansiei por isso. Sinto muito que eu não possa ter visto seus olhos ou seu sorriso, mas, pai, senti sua aprovação através dos demais sorrisos. Parece que assim como meu namorado gostou da nossa família, meus irmãos, a mãe e o tio aprovaram minha escolha. Mas, no amor, nós, românticos, sabemos que não há escolha. E essa é uma das únicas faltas de escolha a qual nos rendemos felizes. Estou muito feliz, pai. "Queria até que pudesses me ver"
   Conversamos, rimos, jogamos (Jogo da Vida, com o qual presenteei meu maninho pelo aniversário - 8 anos já, pai), torcemos pelo JEC (decepcionamo-nos com a derrota), acompanhamos o final do jogo Flamengo e Fluminense (pois é, seu genro tem esse defeitinho, é flamenguista, mas meu coração é dele, bem como do nosso Vasco), e o Flamengo ganhou (nos penaltis), vai jogar contra o Vasco na decisão da Taça Rio. Enfim, as ações, em comparação, tiveram pouca importância. O que me importava era estar com nossa família e com meu namorado, ou seja, com aqueles que amo e me amam, num divertido domingo de Páscoa.
   Pai, não vou dizer que não senti sua falta, seria mentira. Senti-a e muito forte, mas não daquele jeito triste, como quem sofre por não entender. Foi de um jeito alegre, um jeito de quem queria compartilhar sua felicidade, seu amor. Amo tanto, pai. Amo meu namorado de uma forma que nem acreditava ser possível, amo a mim mesma, amo nossa família, e eu o amo, pai. Eu sempre o amarei. Eu o amo pela família linda que me deu, pela pessoa que sou, pelas lembranças que tenho, pela força que me dá pensar em você, por suas características que encontro em meu namorado... A mãe disse que você iria gostar dele, que ficaria feliz, também acho isso. Torça por mim, pai, porque encontrei minha felicidade e farei de tudo para nunca mais me desencontrar dela.

Escrevo-lhe mais, logo mais.
De todo coração,
sua primogênita, Ana.

2 comentários:

  1. Não devia ter lido... lágrimas sempre surgem. Quem me dera ser possível arrancar toda ausência/tristeza/dor de seu coração e pensamentos... Sei o quanto te amo e tudo que fiz e faço por esse amor, mas também sei que nunca será o bastante. Ele faz falta...

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  2. Só faltou se identificar, né, mami?
    Não é preciso arrancar, faz parte, faz crescer, ensina a valorizar... Também a amo muito. Obrigada por tudo! ;)

    Beijos, beijos!
    Ana

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