segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Que cor?

Resenha do livro infanto-juvenil: “Uma casa sem cor”

        As cores são muito importantes para a literatura infantil, mesmo aqueles que sabem ler podem ser influenciados pelas cores da capa, das páginas e das ilustrações. Nesta obra, o próprio título anuncia que a cor, ou a ausência dela, será bastante significativa. Com uma capa escura a história começa sem apresentações ou nomes, simplesmente uma garota – que mais tarde revela ter 8 anos e dois irmãos mais novos – conta que depois que o pai viajou aconteceram mudanças negativas com sua família. Através desse olhar doce e ingênuo a autora representa as dúvidas e a sensibilidade infantil.
        Como as pessoas costumam dizem “as crianças não são bobas, elas vêem e percebem tudo”, ainda que possam não entender buscarão respostas com outras crianças, outros adultos ou em seu próprio imaginário. No caso da protagonista a resposta veio de uma vizinha, e a compreensão foi natural, já que necessária, a menina diz: “De repente, eu já não era mais criança, tinha entendido finalmente a morte dentro da vida...”. Ela não deixou de ser criança, a não ser pela ingenuidade e imaturidade que muitas vezes os pais atribuem aos seus filhos quando algo ruim acontece, mas já se sente capaz de ajudar a mãe e os irmãos nesse momento e encarar de outra forma esta ausência do pai. Negar e esconder não ajuda os pequenos, pelo contrário, eles sofrem com o não entendimento e são impedidos de se desenvolver com as coisas que fazem parte da vida. Indico este sensível livro para crianças a partir dos 8 anos de idade.

Ana Kita

Título: Uma casa sem cor
Autoria: Zahidé Lupinacci Muzart
Ilustração: Márcia Cardeal
Editora: Mulheres
Ano: 2009

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