Há quem diga sobre a eterna busca daquela primeira sensação. Do primeiro beijo, o primeiro amor, o primeiro olhar, o primeiro dia de aula, a primeira folha do caderno, o primeiro raio da manhã, o primeiro pôr-do-sol. Eu digo da frequente busca por satisfação. Nunca chegamos no primeiro, ele esteve lá, sem que nos déssemos conta, geralmente anos depois que o notamos e valorizamos. Mas, a satisfação, aquela alegria, o deixar do cansaço, da mágoa, da tristeza e da raiva, por um momento de prazer, ah, buscamos o tempo todo. Seja abrindo uma página de Rede Social no meio do trabalho, seja olhando a foto do namorado, pai, filho ou até mesmo do cachorro, seja almoçando rápido para um beijinho ainda mais rápido, seja fazendo uma viagem de dois dias, ou passando o domingo na cama. Comendo brigadeiro na panela, comprando aquele sapato lindo - mas, caro -, indo ao cinema no meio da semana, curtindo um show na sexta à noite.
Você tem milhares de desculpas para não ceder à tentação de correr para uma satisfação. Seu chefe vai brigar, você está sem tempo, sem dinheiro, não faz bem, cheia de coisas pra fazer, precisa emagrecer, precisa economizar, o que é que vão pensar?, está muito cansada. E entre tanto blablablá, se consegue escapar se faz tão bem! E faz ao outro feliz também, e transborda. É como na época da escola, acordar cedo no sábado e ver como o dia valeu a pena, rendeu, perdurou, ficou pra memória. É como jogar bola na lama. Tomar banho de chuva. Comer sorvete no inverno. De certa forma, é fugir das regras, do sistema, da pressão, ou ao menos, ter prazer semelhante ao "fazer escondido", "comer o fruto proibido". É libertação!
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