quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Reflexão sobre quedas


Em Vancouver, Canadá, estão acontecendo os Jogos Olímpicos de inverno 2010. Provavelmente pela influência do gosto materno sempre me encantei com a patinação artística no gelo. Tenho assistido às competições individuais e em dupla, assim como aos programas curtos e aos longos. Não importa a nacionalidade que tenham, o país que tenham nascido, seu sexo, sua idade, todos os anos de treinamento, toda sua dedicação, nem mesmo seu amor a patinação, todos os patinadores estão expostos a cometer erros e até a cair. Alguns dos melhores patinadores do mundo, aqueles que fazem saltos triplos parecerem tão suaves e fáceis como caminhar, sofreram quedas nas Olimpíadas mesmo concorrendo e desejando a medalha de ouro.


Analisando tais quedas acabei por refletir sobre minhas próprias, e as eventuais quedas na vida de qualquer pessoa. Caímos quando perdemos pessoas que gostamos, caímos quando a realização de algum sonho precisa ser adiada, caímos quando não somos aprovados ou reconhecidos profissionalmente, caímos quando pessoas em quem confiamos nos enganam, caímos quando nos decepcionamos com as pessoas, caímos quando decepcionamos quem nos é importante... Enfim, como eu - uma leiga no assunto - poderia dizer também da atual competição de inverno, na vida estamos sempre sofrendo quedas. Ninguém é pior, menos capaz, mais azarento, mais fraco por cair. Especialmente na vida, precisamos das quedas, aprendemos muito com elas, e para nossa satisfação queremos orgulho e lembranças de todas as vezes que levantamos. As quedas acontecem porque não estamos preparados para todas as circunstâncias, porque temos muito a aprender, ouso dizer que seja também pelas vitórias que mais nos apetecem serem precedidas de quedas.
Não nos recuperamos sempre sozinhos, há quedas que parecem nos levar ao fundo de um poço. Ainda que em algumas vezes hajam cordas ao alcance de nossas mãos, costumamos desejar uma luz, uma mão ou um apoio moral de algum amigo. Não é fraqueza aceitar um ombro amigo! É digno aquele que valoriza uma companhia, é humilde quem pede ajuda, é humano quem reconhece seus erros e tenta os consertar, é admirável aquele que mostra suas falhas querendo apoio para mudar, é merecedor aquele que aceita e agradece a mão que a ele é estendida.

-> Dedico a matéria ao grande amigo que hoje me ajudou a levantar: Bruno Bueno.


"A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas." Francis Bacon

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