terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quanto às proximidades e aos sonhos

"...e o sorriso, assim de perto, parecia não só uma lua crescente, mas a beleza completa da lua cheia."

  As pernas debaixo da mesa estavam tão próximas, no entanto, como os donos, acima da mesa, permaneciam distantes. Ou não. Digo por mim que nunca estive tão perto, quase dentro. Lamento não ter rido das piadas ou curtido mais a música, no meu mundo tudo ao redor desaparecia, só restavam dois pares de olhos e lembranças. Frente a frente, embora separados por um abismo de sentimentos. 
   Nas raras tentativas em que obtive sucesso de me desvincular daquele sorriso imaginei outra situação. Nos meus melhores devaneios não havia qualquer motivo a nos separar, tampouco receios em nos aproximarmos ainda mais. O tempo parava e nossa alegria iluminava tudo. Mais tarde acordei: ele também deveria sonhar, com outra "mocinha". Sei que jamais será vilão dos meus sonhos, por isso continuo a sonhar. Corro o risco de cair de nuvens, contudo me permitindo voar. 

Ana Kita

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