terça-feira, 12 de julho de 2011

Carta ao pai 19: Saudade e sonhos

Joinville, 12 de julho de 2011.

   Pai, esta carta vem sendo escrita na minha mente desde sábado, já é noite de terça-feira. Finalmente me ponho a escrevê-la. Queria dizer que socialmente devia ter pensando muito em você na sexta-feira, mas foi no sábado que sua falta me bateu mais forte. Fui ao mais novo shopping da cidade com meu namorado e na mesa ao lado uma garotinha quis sentar-se ao lado do pai, ele a abraçou, e quem mais sentiu fui eu. Saudade, tanta saudade. Depois, olhando ao redor, lembrei o tempo em que você morava em Curitiba e eu me surpreendia com a grandiosidades dos shoppings. Acho que neste novo poderíamos dar aqueles nossos adoráveis passeios tão pai-e-filho modernos. Algo como cinema, McDonald's e compras.
   Ah, pai, quando você partiu, e já faz dois anos, eu achei que sentiria mais sua falta, assim de apertar, quando eu estivesse triste e nas datas especiais. Hoje percebo que não é preciso ter razão, a saudade vem forte a qualquer momento. Às vezes ainda mais quando estou feliz, como tenho sentido vontade de compartilhar toda minha alegria com você, pai.
   Ainda no sábado, passamos em frente a uma lanchonete, de um caminho não tão comum pra mim, onde você, eu e o maninho vimos meu avô, acho que numa das últimas vezes. É uma das coisas que mais admirava em você, e confesso que hoje não sigo isso, espero que um dia. Promover a aproximação da família. Fazer com que eu e meus irmãos tivéssemos contato com o biso, enquanto ele ainda estava conosco, com meus avós, meus tios e primos. Eu sei que sempre fui distante, acabei sempre vindo mais pra família da minha mãe. Hoje até com eles peco. De qualquer jeito, queria que soubesse que me marcou, que foi algo que aprendi, que sempre valorizei e admirei. Espero conseguir passar para meus filhos, sei que falarei muito de você. Alegra-me e até me alivia um pouco saber que a família do meu namorado tem esse costume de união.
   Por sinal, não estava planejado na carta mental, e agora deu vontade de falar... Tenho pensando em casar, pai. Sei que é cedo, sei que para casar é necessário reflexão e também dinheiro. Por sorte meu namorado é bastante sensato, acho que pra compensar minha cabeça nas nuvens. Mas, apesar de tudo isso, sinto-me tão plena ao lado dele que temos divido sonhos. Sim, só depois da faculdade, sem pressa, planejando bem. Até conto com o apoio da minha mãe, da mãe e da família dele. Parece um sonho, e é tão real... Tanto que aparece essa sua ausência. Ah, pai... Não me entenda mal, não quero que fique triste, prometo não ficar também. Vejo na imensidão do sol ou na magia da lua que há muito a viver, que é preciso aprender, e é por isso que hoje compartilho. Eu o amo muito, pai. Jamais vou esquecê-lo, inclusive é um dos motivos para buscar tanto a minha felicidade, quero que tenha muito orgulho de mim.

Escrevo-lhe mais, logo mais.
De todo coração,
sua primogênita, Ana.

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