
Há alguns anos ganhei da minha madrinha (de Crisma) um livro que ficou muito tempo entre "os mais vendidos", talvez por ser assim famoso acabei não tendo muita curiosidade em lê-lo de imediato. Um tempo depois comecei a ler "A menina que roubava livros", as primeiras páginas foram quase torturantes, eu gostava do que lia, mas não me inspirava a ler mais. Sem dúvida pelo tema bastante triste e que me leva a pensar na minha descendência: Alemanha de Hitler. Chegando a umas cem páginas lidas a história me prendeu, dali por diante li em pouco mais que uma noite. Adorável, emocionante, tocante.

Já no começo da leitura fiquei surpresa, esperava um livro poético - não que alguém tivesse me dito isso, achei pelo título, e até pela leitura de "A menina que roubava livros" - e no primeiro capítulo duvidei que o fosse. Também tendo como primeira frase "O assaltante é um mané." não era de se esperar outra coisa que não um receio e até preconceito da minha parte, um protagonista e narrador tão "popular", "vulgar" e "natural" é realmente impactante. Ainda assim me permiti, não só continuar a ler, como mergulhar na história e sem dúvida enxergar o quão poético a história é.
Cartas que chegam ou são entregues, que dizem muito em pouquíssimas palavras. Ah, faltou dizer que são cartas de baralho, embora tenham mais mensagens e significados que muitas cartas (estas convencionais de mandar notícia ou falar de saudade) com várias páginas. Uma narrativa cheia de mistérios, especialmente por ser contada "na voz" de um taxista de 19 anos que se sente um nada, e que entra em algo como um jogo em que ele não conhece as regras nem os objetivos. Cabe ao leitor descobrir junto dele, embora algumas vezes minha mente passasse a frente dele, uma questão de sensibilidade ou repertório.
Conheço muita gente que já leu, mas digo que conheço muita gente que deveria ler. Sem grande demagogia quero dizer é um livro com uma mensagem sobre força de vontade, sobre acreditar, sobre transformar... Até me lembra o que eu penso sobre o "espírito de Natal". Enfim, eu indico!
Ana Kita
Obra: Eu sou o mensageiro
Autor: Markus Zusak
Tradutor: Antônio E. de Moura Filho
Editora: Intrínseca
Ano: 2007
Clássificação: Ficção. Romance australiano
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