quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Quanto a temer e a amar

   Para amar não creio ser possível sentir medo. Eu temia antes de sentir, como todo mundo que tenta se manter são. Mas assim que a primeira chama acendeu eu me rendi. Bendita insanidade existente na plenitude de ser feliz. Passei a viver intensamente, pois eu senti e o que sentia me bastava. Além de roupas, olhos, sorrisos e toques, além das palavras, afinidades, semelhanças... Aquele tipo de coisa que foge à razão humana, diferente do que se vê, os sentimentos que só sentindo para se conhecer, as borboletas no estômago, o arrepio no corpo, o coração palpitante, a boca seca, a mão trêmula... Ah, o pensamento sempre nas nuvens, viajando entre o último e primeiro encontro. Aquela confiança ingênua, e por isso feliz, de um futuro brilhante.
   Sem medo tudo é luz, debaixo de um holofote ou na escuridão do meu quarto (prefiro sob a luz da lua). O vento contra meu andar, não me leva para trás, apenas deixa a vida com aquele ar cinematográfico. Os desafios e rupturas da história fazem ser vida real e produzem o amadurecimento dos envolvidos. Sem medo podemos realmente admirar a poesia da vida. Apenas sem medo posso amar, apenas amando sou amável.

Ana Kita

2 comentários:

  1. Um bonito texto!


    "Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo
    Mal de te amar neste lugar de imperfeição"

    Sophia de Mello Breyner Andresen

    M.G.

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  2. Obrigada, Maria! Seja bem vinda! ;)
    Linda citação! *-*

    Beijos, beijos!
    Ana

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