Senti de novo, quase como meses atrás. Embora dessa vez mais pautada, sem presenciar e parece que sem direito. Quis negar a princípio, como antes. Não contar a ninguém e nem me permitir pensar sobre. Nunca consigo me enganar. Tanto quanto é preciso confessar a si mesmo quando se está amando, é preciso reconhecer que sinto ciúmes. E muito. Vem na madrugada fria, traz insônia e na manhã nublada não se desfaz. Acompanha-me durante o dia, embrulha-me o estômago, tira minha concentração e me causa enxaqueca. Na segunda noite, ou madrugada, assumo e uma lágrima quer escorrer. Não deixo, tenho orgulho. As horas passam e o sono reaparece, com azar ainda sonho com ele, na manhã seguinte mal lembro. O ciúmes continua comigo, e assim ficará enquanto o elo existir. Por hoje decido não almoçar, o enjoou volta toda vez que penso quantas podem por seus braços passar.
Ana Kita
Só não posto nada ali no "Senti(mos)" porque falta uma opção para quando não se sente nada.
ResponderExcluir*rs
Mas calma, não é algo de ruim ou pejorativo.
Simplesmente pois quanto mais eu vejo que comunicação e a sintonia são coisas tão raras, o ciúme parece banal e absurdo.
É como se a "lógica do ciúme" fosse algo que não funcionasse. Minha visão: como sentir ciúme se aquilo que existe entre duas pessoas nunca poderá ser reproduzido? Ninguém poderá ameaçar algo que não tem rivalidade. Era uma idéia que já estava amadurecendo a muito tempo na minha cabeça, mas só agora lendo teu texto ela pode florescer.
E no jardim do universo, existem muitas flores, e cada uma representa uma maneira diferente de sentir a realidade, nenhuma mais bela, ou mais feia, apenas cores acrescentadas a uma visão que se enxerga melhor de longe.
Interessante, Kawen! Sabe que eu adoro ler outros olhares, ainda que não concorde.
ResponderExcluirPrimeiramente o meu entendimento de torpor (como já conversamos anteriormente) é justamente este "não sentir nada", o que na verdade nem acredito muito, mesmo você sentiu algo uma certa "antipatia" pelo tema.
Posteriormente digo que sua lógica é interessante, no entanto eu penso que apesar do ciúmes ser algo imaturo (seja de irmãos, pais, namorados...), por ser um sentimento que costuma temer a perda ou mudança, ou ainda, prender quem sente a uma situação que já passou, vejo como um sentimento que existe e muito. Realmente o que une duas pessoas é único e por isso não pode ser copiado, mas frequentemente tememos (ou alguns temem, incluo-me neste grupo) que as coisas mudem, afastem, que outra união seja mais significativa, e por aí vai...
Beijos, beijos!
Ana
Não, não foi antipatia...
ResponderExcluirSeria outra definição, mas a palavra teima a fugir da minha linha de raciocínio *rs
Ah, só pra me provocar, me deu uma pista.
Acho que seria: indiferença.
Pode ter sido uma reação exacerbada logo depois que li o texto.
Em relação ao temor, sim, é uma constante presença... o que me faz ignorar ele é a certeza cada vez mais pesada da singularidade de cada relacionamento.
Esse tema está brotando em minha mente... logo logo vou escrever algo sobre isso.
;)