domingo, 10 de maio de 2009

Nosso filme - Ana Kita

Hoje parei para pensar, fiquei olhando a parede branca, e como num cinema, vi uma projeção. Logo percebi que eu já conhecia esse filme, e que uma das personagens se parecia comigo. O outro personagem despertou em mim um carinho e uma saudade que achei que eu já não possuía. Sim, eu estava revendo o dia que conheci meu grande amor. Aquele com quem aprendi tantas coisas, com quem dividi tantas contas, sorrisos, lágrimas, medos e alegrias. Nem faz tanto tempo, mas vendo tão nitidamente esse começo, vejo muitas diferenças entre eles e nós.
Se eu fosse diretora desse filme faria algumas mudanças, alguns cenários poderiam ser mais bonitos, alguns figurantes poderiam ser retirados, algumas cenas poderiam ter maior duração. 
  Se eu fosse a roteirista mudaria algumas falas do protagonista, pediria que ele sorrisse mais, colocaria mais abraços e retiraria algumas brigas. Se eu fosse a figurinista pediria algumas roupas mais modernas à atriz e deixaria menos amassadas ou repetidas as roupas do ator principal. Se eu fosse responsável pela iluminação eu colocaria mais luzes de efeito para salientar o clima romântico. Se eu fizesse a sonorização daria música a todas as cenas, sem exceções. E se eu pudesse falar com os atores pediria que eles não desistissem de atuar, que o filme me emociona, mas que não devia acabar. Os créditos não precisam aparecem, pois quando aparecem me lembram epitáfios e lápides. Não. No amor, o fim não é preciso.

Outono, 2009.

-> Revisão em 4 de julho de 2010.

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