segunda-feira, 5 de abril de 2010


Eu digo aos meus amigos que tenho escrito pouco, é claro que comparado a muitos deles eu sempre estarei escrevendo muito. No entanto, é certo que desde a morte de meu pai já não escrevo tanto. Nos últimos meses não posso nem dizer que seja falta de inspiração, algumas palavras poéticas aparecem na minha mente, até postagens para este blog sem visitantes ocorrem-me. O que falta é o empenho em digitar, é a organização de reservar alguns minutos sem conversas virtuais, sonecas vespertinas, trabalhos da faculdade ou respostas no formspring, e usar meu tempo na internet para uma composição reflexiva. Foi pensando nisto que abri uma nova postagem - ao contrário do que normalmente faço, que é primeiro criá-la no Word - e ponho-me a digitar o que minha mente projeta e minha boca articula.

Mania engraçada esta minha de mesmo sozinha em casa, falar e depois digitar o que venho pensando.

Numa quinta-feira destas de março na aula de Filosofia estudávamos o início do pensamento filosófico, e no livro "Convite à Filosofia" de Marilena Chauí (por sinal, uma boa indicação a quem gosta da área) encontrei uma definição de reflexão que fugia dos meus conceitos sobre refletir, estes vinham apenas do senso comum. Para a autora, reflexão é voltar do pensamento a si mesmo. Como se refletir fosse uma atividade apenas da mente para o dono dela ou sobre ela, não defino certo ou errado, considero intrigante tal conceito.
Tão intrigante conceito me fez usar ainda mais a palavra reflexão. Quem me conhece sabe o quanto analiso as atitudes alheias, assim como meus amigos e confidentes (que não só me conhecem, como também me aturam) sabem que muito mais que analisar os outros - numa busca insana por repertório e conhecimento -, eu costumo questionar-me, analizar-me, imaginar meu futuro, criticar meu presente, recordar meu passado. Tudo isso e as coisas que não digo, segundo a filósofa Chauí, pode ser considerado realmente reflexão. E eu gostei. Antes de conhecer este conceito eu poderia ter escrito "eu costumo refletir sobre minhas atitudes", e depois dele, vejo que analisar minhas atitudes é uma das formas de refletir.
Termino esta postagem que se tornou extensa, dizendo outro conceito que adquiri nessas aulas de Filosofia. O conceito filosófico, segundo meu professor (Antônio Piva), de verdade. Verdade é a coerência entre o que pensamos, o que sentimos, o que falamos e o que fazemos. Não é interessante? As pessoas não dizem "verdade de fulano"? Assim há realmente várias verdades, sem que uma desminta a outra. Fica a reflexão.







Perdoem-me a ambiguidade.

Um comentário:

  1. Engana-se você, achando que seu blog não tem visitantes.. Eu particularmente venho aqui quase
    todos os dias, e acho suas "criações e admirações" de uma naturalidade e beleza incrível, sua facilidade para expressar o que sente e pensa, achei seu blog por acaso.. Mas adorei! Parabéns :)

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