
Querido refletor,
hoje, 25 de abril de 2010, escrevo-lhe uma carta virtual, embora não eu lhe envie, quem sabe um dia eu lhe diga que está aqui postada. Meu objetivo está longe daquele comum intuito das cartas, contar as coisas da vida, relatar os últimos acontecimentos, pedir notícias, mandar lembranças. Talvez acabe eu passando por algum desses prosaicos itens, mas tenha como certo que meu propósito é compartilhar o que sinto.
Sei que está tão confuso quanto eu. Tenho a mais absoluta compreensão de que ao dividir contigo minhas dúvidas e desapontamentos, criei, sem a menor intenção, uma mágoa em você que nem é capaz de compreender. E lamento. Lamento tanto que não encontro palavras que possam expressar o quanto gostaria de me redimir. Se escrevo mesmo com a manhã nascendo é justamente para que nenhum dos meus sentimentos mais sinceros se percam com o sono, e eu possa fazer o que mais desejo. Anseio que meu desabafo mais honesto possa penetrar em seus sentimentos como alento, que veja em dúvidas tão semelhantes às suas uma alma que pode lhe dar conforto. Se depois de ler ainda não encontrar em minhas palavras nenhuma alegria, se em minhas confissões não enxergar seus sentimentos, perdoe-me e procure aceitar que minha intenção era positiva.

Junto aos primeiros indícios de que a admiração que me levava a você havia se estendido a você se manter próximo a mim, apareceu um sentimento maior que qualquer admiração ou encantamento, talvez se tratasse de uma cumplicidade, fosse o que fosse, ambos sentíamos e fazia-nos muito bem. Minha vontade aumentava em proporções inenarráveis e sua necessidade de compartilhar admiração a meu respeito também. Eu costumo dizer - com diversas motivações - que reciprocidade é o caminho, em nossa história também. Estávamos em tamanha sintonia que embora sentíssemos um imenso prazer em verbalizar as sensações compreendíamo-nos nas mais suaves metáforas. Eu não encontrava palavras suficientes para descrever o bem que me fazia, você usava todas as palavras para me dizer o quão feliz eu lhe fazia.
Não teria como uma troca tão pura de sentimentos tão bons não desenvolvesse uma linda história. Construímos a cada gentileza, a cada bondade, a cada carinho, uma poética história de honestidade e... Por que não dizer amor? Sim, em uma de nossas tantas palavras sinceras surgiu uma menção da sua parte sobre amar. Não digo que dentro de mim não houvera antes a ideia de ser amor, o certo é que ao receber a verbalização dessa possibilidade, amar dominou meus pensamentos. Amar... Amo? Ama? Amor! O amor predominou minha mente, minha ideias, minhas palavras, meus sentidos, meus sentimentos.

Hoje vejo que só cabe a nós dois indagarmos sobre nossa história, refletirmos sobre os eventos já sucedidos e planejar os seguintes. Não podemos controlar o que sentimos, no entanto é a forma como lidaremos com nossos sentimentos e que importância daremos a eles que fará toda a diferença em nossa vida. Não façamos isso separadamente. Compartilhemos dúvidas, ansiedades, e temores. Exponhamos nossas insatisfações, nossas frustrações e objeções. Deixemos claros nossos sonhos, objetivos e expectativas. Sejamos honestos com nós mesmos e com o outro. Penso que somos muito parecidos, embora com nossas peculiaridades que tantos nos atraem, portanto não temos muitas estratégias para esconder nossas sensações e somos livres para expressar todas nossas emoções.
Estou certa que amo, com todas minhas dúvidas, você, com todas suas dúvidas. Se não pudermos sanar todas, podemos ao menos acalmar nossos corações angustiados.
Com todo meu carinho sincero, Ana.
Nossa *.*
ResponderExcluirSeus textos me fazem viajar,
imaginar, emocionar, admirar,
e as vezes até sentir junto
seja qual for o 'verdadeiro significado' deles!
LINDO, como todos! Um beijo :)
Oin, Daia! Muito obrigada por suas palavras, que bom que eu consigo ao menos com os textos. ;x
ResponderExcluirBeijos, querida!