quarta-feira, 7 de abril de 2010


Nesses dias de outono em que o frio surge como uma benção, fico a pensar nas pessoas, naquelas pessoas que passam, e que pouco deixam. Há tantas pessoas. Você pode se lembrar da voz de sua primeira professora? Lembra-se do nome do atendente do supermercado na última compra? É capaz de dizer a cor dos olhos do último estranho que ganhou sua atenção na rua? Eu não. Minha memória não é seletiva, mas muito se parece com cenas de cinema com efeitos para demonstrar ser um sonho. Esfumaçada, recortada e abstrata, minhas lembranças quanto a muitas pessoas não parece me fazer falta no dia-a-dia. Hoje se penso tanto nelas é pela necessidade humana de reconhecimento, de que sua existência marque se não for a história da humanidade, ao menos a história de alguém. Marcar a vida de alguém (positivamente) é uma dádiva, uma alegria, e uma experiência memorável.

“Se você não pode ser alguém no mundo,
lembre-se que você pode ser o mundo de alguém”

Só considero possível marcar positivamente a história de alguém com amor, ousadia, sensibilidade, coragem, e eu diria uma pitada de sorte. Acontece naturalmente ao nascer, ao cruzar com uma pessoa na rua, no entanto, sem a mão do destino e nossa capacidade de transformar as relações humanas e nossos sonhos em realidade nada disso faria sentido. O amor maternal, o amor de um casal, o afeto entre irmãos, a compreensão entre amigos... São marcas inesquecíveis, eu diria que indescritíveis em sua totalidade, e contam com tanto do destino quanto de nós.



->Dedico essa postagem ao visitante diário e por hora anônimo que comentou na última postagem. Dedicação não pelo assunto, mas por me inspirar a continuar e ampliar o blog.

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