quinta-feira, 3 de junho de 2010

Textofonia 12: Convite para mergulhar

Fujo meu olhar do seu. Meus olhos procuram a luz dos seus, e os evitam. Como eu poderia não fugir? A luz é ofuscante, temo a perda de sentidos. Qualquer rápido contato e mergulho na imensidão. Mais uma vez.
Mais uma vez. Pode vislumbrar nos meu olhar o oceano. É amor. O tão desejado e honesto sentimento de que se duvida, até senti-lo. Quando nos vimos pela primeira vez eu senti. Eu senti aqui dentro que não era apenas mais uma visão, era a essencial. Precisava partir e um sentimento inesgotável me pedia para ficar. Eu fui, feliz. Sabia que voltaria. Não era a primeira e não seria a última visão. Não acredite que era pré-determinado ou que será para sempre. Sinta que estou em seus olhos, saiba que está nos meus. Renda-se.
Se hoje fecho os meus e sonho com seus olhos me procurando, se acredito no encontro de nossos olhares no balanço de um mesmo sentimento, não foi por ter visto pássaros verdes, ou sonhado com profecias. É só a sinfonia. Este som precioso que pode ouvir quando me abraça, é ele quem perfuma meu caminho. Eu me rendi a canção, abracei a confiança de que vamos nos amar. Enterrei minhas dúvidas e nasceram sorrisos. Sorrisos sinceros que desabrocharam aconchego. Guardei para você o melhor do que virá. Preciso apenas lhe encontrar pela primeira vez. As entregas aconteceram, sem que soubéssemos, na primeira troca de olhares. Não são promessas ou documentos, é o que sentimentos, o que nos move, o ar de que precisamos. A garantia de que o outono acaba e o inverno trará a primavera. Venha, aconchegue-se.

Ana Kita

-> Auxílio de Outros tempos de Engenheiros do Hawaii.

Nenhum comentário:

Postar um comentário