domingo, 18 de julho de 2010

Quanto aos olhos e à conquista

  São os olhos, antes dos dedos, dos lábios ou das palavras, que me conquistam. Assim comigo e com "toda a torcida do Flamengo" talvez. Contudo, comigo é diferente. Os olhos, claros ou escuros (escuros penso, escuros peço), percorrem o caminho, iluminam-se pela luz ou pela ausência dela, procuram meu corpo, penetram meus olhos, e descem. É na descida do olhar arteiro que me rendo. Queria não, queria ser forte como as virgens das novelas. Uma vez conquistada pelo olhar seduzido minhas coxas tornam-se mais atraentes, como perus na ceia de Natal. Comparação grotesca, diriam as mães de novelas e estariam erradas, sou sim alimento, o prato principal e tudo que o olhar deseja. Os olhos acariciam meus joelhos, produzem arrepio, deliciam-se com minha coxa arrepiada e, invadem minha saia. Rápidos e sorrateiros os olhos vão adentrando, sem pedir nem temer. Sinto-me uma peça rara admirada, observada em minhas mais complexas singularidades, possuída por desejo e necessidade.

Ana Kita

4 comentários:

  1. Uau, segundo texto teu que leio e fico impressionado com a sensualidade com que carrega eles...

    ResponderExcluir
  2. hehe
    Não sei se foi um elogio, mas adorei adorei! E a sensualidade que tem movido as atuais gerações não? Se não for escancarada, depravada, adoro que meus textos a tenham.

    Abraços!
    Ana

    ResponderExcluir
  3. Elogio com certeza! Considero admirável da mulher que, segura de sua sensualidade (afinal, amante, musa, tantos papéis relacionados...) consegue impregnar e exalar essa lascívia e desejo em forma de texto.

    ResponderExcluir
  4. Agradeço mais ainda então! hehe

    Abraços!
    Ana

    ResponderExcluir