segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Quinta leitura de férias 2010/2011: Notas do subsolo

Período de leitura: 28/12/2010 a 04/01/2011.


   Ler Dostoiévisk foi uma difícil decisão, contudo sabendo que futuramente meu curso exigirá conhecer, nada melhor que bastante tempo e um cenário litorâneo para me aventurar com o grande escritor russo. Eu não podia supor o quão densa seria a leitura, embora muitos já me tivessem alertado. Ao fim da leitura de “Notas do subsolo”, pensei “nossa, muito bom, embora muito trabalhoso”, e precisei rir de mim mesma. Nas férias às vezes queremos só relaxar, a maioria de nós só quer isso mesmo. Eu, ao contrário, quase sempre me motivo a grandes esforços (dos quais durante o ano acabo me esquivando, cada ano mais), como acordar cedo, caminhar bastante, cuidar com a alimentação, arrumar meu quarto (nestas férias ainda não encarei), e ler bastante, bastante. Nunca me arrependo desse “trabalho” a mais, são esforços muito vantajosos tanto para aproveitar as férias como para o bom decorrer do ano. A leitura foi assim também.
   O livro é divido em duas partes, (intituladas, respectivamente, “O subsolo” e “Notas”) a primeira foi muito difícil para mim. Por ser o começo era normal dificuldade de adaptação, especialmente por conter uma narrativa reflexiva, mas pouco ativa (quase sem, ou até sem nenhuma, ação). Já a segunda parte me “pegou de jeito”, ainda que se passe no século XIX na Rússia, o que distancia do meu cotidiano e dos meus conhecimentos, tem uma narração envolvente e episódios que muito se assemelham a situações que acontecem frequentemente também em nosso tempo.
   Pela breve leitura de uma biografia que o livro traz vejo traços auto-biográficos, ou pelo menos ideias a partir das vivencias do autor. O narrador e protagonista é um sujeito complexo, triste, sozinho, “mau” (ele próprio se define assim na primeira linha do livro) e doente, que decide escrever “aos senhores” (dizendo que não tem a intenção de mostrar a qualquer pessoa que seja) em seus últimos dias, sobre a sociedade (seus males, hipocrisias, até função de existência) e sua própria vida. Só lendo para conseguir absorver um pouquinho que seja, pra quem gosta de “trabalhar a mente” vale muito a pena.


Ana Kita


Obra: Notas do subsolo
Autor: Fiódor Dostoiévski
Tradutora: Maria Aparecida Botelho Pereira Soares
Editora: L&PM
Ano: 2010
Classificação: Novela russa

2 comentários:

  1. Interessante...
    Uma pergunta: por que "8" no nome do blog?
    Beijos.

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  2. Daniel e suas perguntas difíceis!
    Acho que consigo umas oito respostas, haha. No geral posso responder em quatro questões... Oito é o número que representa o infinito ("todo amor é infinito"!?), também é o número do equilíbrio (existe maior equilíbrio que amar e ser amado!?), é um número de que gosto muito (sendo inclusive meu número de "sorte" pela astrologia), além de que é um número não exagerado que representa uma quantidade "grande" (sabe aquela expressão "nem oito nem oitenta", tratando-se de amores, no sentido de seres que amamos, oito já seria uma quantidade vista como grande, não é?).
    Está bom assim, por enquanto!? :D

    Obrigada pela presença! ;)
    Beijos, beijos.
    Ana

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