terça-feira, 15 de junho de 2010

Carta ao pai 2: Namoros e amor

Joinville, 15 de junho de 2010.

Pai,
as pessoas namoram e deixam de namorar com uma rapidez que me assusta. Talvez seja o "tempo passando mais rápido", talvez só afetividade, contudo, pai, acho que não é amor de mais, é de menos. O namorado que não lhe apresentei nunca existiu, não por falta de amor, por falta de reciprocidade. No fim precisamos mais que amor para uma relação, todos sabem, mas a maioria finge não saber. Não lamento por mim, lamento por todos do meu tempo. Mesmo aqueles que têm a sorte do amor de outro tempo são influenciados pela grande massa que esquece o que é amar.
Por favor, pai, não fique triste, também eu não estou. Só queria compartilhar mesmo. Deve ser o inverno se aproximando, quem sabe minha maioridade. Talvez a literariedade ou lirismo de minhas aulas, de meus textos. Não importa mais nada disso. Porque sei o que sinto. Eu amo, pai! Eu o amo, amo o sol tímido que entra pelas fresta da cortina enquanto lhe escrevo. Amo os pássaros que cantam sobre os fios de luz e o silêncio que o vizinho finalmente me concedeu. Amo as palavras e o que elas podem me trazer. Amo a leitura e que alguém possa me ler. Pai, queria entender como tanta gente vive sem amar. Se é que vive. Acho que eu não sobreviveria um minuto sem amor.
Não é disso que somos feitos? Não é para isso que vivemos? Penso que sim, e penso que concorda comigo. Sempre imaginei que meu romantismo viesse de você. Espero que sim. Sempre vi em seus olhos aquele brilho  amável. Sempre senti na sua palma quente o amor transbordando. Sempre lhe abracei imaginando nossos amores se encontrando.

Escrevo-lhe mais e mais, logo mais. rs
De todo coração,
sua primogênita, Ana.

6 comentários:

  1. Oi, Ana! Foi prazeroso ler seu comentário no meu blog! Obrigado, mesmo. Gostei bastante do seu, muito simpático, por sinal! Vou visitar sempre! O seu último texto toca num assunto muito sensível, o amor. Nesse caso, vou citar um poema do Fernando Pessoa:

    "Quem ama,
    não sabe o que ama
    nem porque ama
    nem o que é amar"

    Abraços!

    P.S.: Tbm te seguirei... rsrsrsrsrs

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  2. Que bom que gostou, Bruno!
    Também agradeço muitíssimo o seu.
    Fernando Pessoa é sempre Fernando Pessoa! *-*

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  3. Chora não, Ítalo! *-*

    Mas, fico feliz, no fundo. Emocionar... É arte, e uma das que mais admiro, senão a mais.

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  4. Very Good, little Ana =)
    beijos

    seu amigo,
    Junior

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