- Tenho 17 invernos, e chega mais um. Sentes o frio?
- Pois bem. Meus outonos também são gelados. Aquece-me?"
Dois iguais à deriva. Sem mar, sem ar... Sem saber. Um busca a mão no outro, o brilho nos olhos, a parábola nos lábios. Ouvem a respiração, a palpitação, sinfônica poesia. O frio vai chegando, permitem-se ao ímã.
Dois semelhantes unidos. Sem dor, sem tristeza... Sem lembranças. Um procura nas palavras o outro, na paisagem a esperança, no arrepio a confiança. Sentem o calor, o enrubescimento, harmônica poesia. O frio vai passando, contraem-se no ímã.
Dois análogos únicos. Sem passado, sem futuro... Sem certezas. Um encontra no outro carinho, aconchego, repertório, compreensão, liberdade. Vêem a identificação, o escancaramento, a reciprocidade, o desejo, a beleza, o salutar... Melódica poesia. As contradições coerentes se calam, alegram-se pelo ímã.
Ana Kita
-> A MIP, com todo merecimento outonal.
Nossa, adorei, guria! Escreves com um estilo poético e definitivamente tocante. O que dizer de palavras que conversam desta maneira? Nada, talvez, a não ser sentir o vento e o sol, lembrar que as estações se sucedem e que o inverno sempre passa.
ResponderExcluirAbraços!
hehe
ResponderExcluirLindos dizeres!
Obrigada, Eduardo! ;)
Ah, os complementares...
ResponderExcluirIgnoram as contradições, por mais coerentes que sejam.
O ímã é mais importante.
Melhor e melhor a cada texto, Aninha!
Beijos
Ain, Moni!
ResponderExcluirSeus comentários são leituras de minha alma! Sempre me emociono! *-*
Muitíssimo obrigada!
Beijos!