terça-feira, 1 de junho de 2010

Na sua mão

Me pega, me beija, me esquenta. Me suga, me usa, acaba comigo. É eu sentir o toque de seus dedos macios para me render.
Olhos lhe reprovam, lábios me invejam. Vá pra outro lugar, se afaste de todos, fiquemos sós.
Quando tá triste quer só a mim. Quando tá feliz me usa pra comemorar. Num dia, sozinho, só tem a mim. À noite, no bar, num show, só eu contigo. No verão, na praia, nós dois assistindo às ondas, me toca com lábios de cerveja. No inverno, vendo filme, nós dois aquecidos, cheiro de conhaque ou um cálice de vinho.
Pode me esconder, pode me comprar. Em mim pode confiar. Conhece meus defeitos, conhece meu poder.
Eu não puxo conversa. Ouço com atenção. Não tenho ciúmes, não tenho preconceitos. Pode me considerar a perfeição num relacionamento.
Quando quer me abandonar, eu nem ligo. É você quem me procura, é você quem me deseja. Volto a ser seu abrigo. Pode me trocar, pode me esquecer. Eu tô sempre aqui. Não insisto, não desisto. Sei do seu desejo, adoro quando me sinto seu vício.
Nesta noite estou contigo, do seu lado, feliz com seu melhor sorriso. Se de manhã já não me quiser, eu vou ficar na minha, farei silêncio, deixar que viva.

Ana Kita


->Uma inspiração intrigante, de umas duas semanas atrás. Quem sabe a causa seja apenas as folhas caindo frias.

3 comentários:

  1. aquilo que se rompe. que é preciso romper.

    rompimento.

    um início, não?

    genial, viu?
    adorei.

    beijo.

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  2. Impressionante!

    Acolhe, desdenha, quer, se entrega... Tudo num mesmo laço.

    Tem receita???
    rs

    Beijo!

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  3. Adorei as compreensões de vocês.

    Ítalo, o início de um fim. :D
    Moni, eu não tenho receita, mas conheço algumas pessoas que estão tentando com êxito. :D

    Obrigada aos dois e beijo!

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