sábado, 15 de maio de 2010

Quanto aos desejos e "às causas perdidas"

Embora este não seja um texto que faço ouvindo uma canção, preciso citar um trecho de "Dom Quixote" de Humberto Gessinger. "Por amor às causas perdidas".
Sou romântica incansável, confesso. Não sei se a última do românticos, a primeira da família, ou apenas uma entre muitos. Sei é que prefiro a ingenuidade de crer no amor, do que o lamento de não ter esperança. De que outra forma eu teria vontade de acordar todas os dias? De que forma meus lábios desejariam sorrir? Eu vejo a esperança como uma rodinha que move o mundo.
Enquanto houver amor, haverá esperança.
Talvez esta seja a parte mais menina de mim.
Quem sabe - embora eu tenha passado por poucas e boas no capítulo "Histórias de Amor, ou não" da minha biografia - eu ainda precise gerar muitas correntezas lacrimosas para cair na real. Eu penso que não. Penso que a vida seja uma verdadeira correnteza, a beleza está nesse movimento. Ora intensa, ora suave. Penso que o amor seja um grande impulso dessa correnteza e depende apenas de mim como navegarei.
Não entenda esse "depende apenas de mim" como desdenho aos amigos, à família ou aos tripulantes anônimos que vêm e vão em minha embarcação. Adoro ver outros barcos, peço e aceito ajuda com as velas. Algumas vezes, com os remos. Sou difícil de lidar, tem dias que grito meu desejo de ir à deriva. Não é para entender. Digo que seria impossível.
Venha comigo, ou siga sua própria corrente. Ficarei contente por você, sempre.

Ana Kita


4 comentários:

  1. Quanta maturidade nessas revelações, Aninha...

    É mesmo necessário acreditar no amor. É ele que oxigena, embora tantas vezes sufoque. É ele, capaz de refrescar, ainda que tantas outras vezes provoque essas tais correntezas que até parecem querer nos levar.

    Mas somos, estamos e permanecemos.
    Há muito o que ver, o que sentir, experimentar. O caminho nem sempre é reto e acho até que é melhor assim. Afinal, crescemos!

    O teu convite, ao final, não oferece segurança, mas aposto, causa curiosidade e demonstra lucidez. Boas perspectivas para quem o aceitar!

    Beijos e ótima semana!

    ResponderExcluir
  2. Lindo comentário, extremamente poético! *-*
    Tomara que cause mesmo curiosidade! >.<

    Ótima semana para você também, Moni! E obrigada!

    ResponderExcluir
  3. ó, li, reli, dei um tempo, aí veio o estalo: lembrou-me duas músicas da legião. uma diz assim "quem inventou o amor, explica por favor, quem inventou o amor, explica por favor...". e a outra assim "e hoje em dia, como é que se diz eu te amo"

    :)

    teus textos e as várias músicas que eles provocam ^^

    beijos.

    ResponderExcluir
  4. Que lindo isso, "provacar músicas". Só a uma leitura sensível e cheia de repertório como a sua, Íta! Obrigada!
    Quanto ao primeiro trecho, adoro a música, e sinto mesmo influência. O segundo não me lembrei de cabeça.

    Beijos, beijos!
    Ana

    ResponderExcluir