segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Carta ao pai 10: Idade e sonho

Joinville, 16 de agosto de 2010.

Pai,
passei um tempo sem lhe escrever, não foi falta de pensamento a você, pelo contrário. É que às vezes a saudade bate tão forte que fico em dúvida se lhe escrever é salutar ou não.
Neste tempo sem lhe escrever, completei mais um ano de vida, este foi diferente, foi esperado, almejado e quase conquistado. Foi diferente também porque fiz uma festinha e estive entre aqueles que sei que posso contar. Tive uma companhia especial pela primeira vez e fiquei muito feliz. Vi minhas amigas de longa data já tão mulheres, com bons homens. Foi muito bom. Se tenho algo a lamentar seria apenas sua falta, mas não quero assim pensar. Acabei não vendo meus irmãos, nem minha madrasta, mas isso logo vem e... Você está comigo o tempo todo.
   Eu lhe sinto tão perto. Em todos meus sorrisos, em todos os abraços sinceros, nas músicas que me bailam, nos raios de sol. Eu sinto sua falta, claro que sinto. Mas, quando eu paro para pensar me sinto tão plena, tão feliz, que não tenho a menor dúvida de que lhe tenho. Ainda que quando eu compartilho com pessoas especiais sobre você lágrimas me percorram a face, ainda assim sei o quanto está comigo, o que me protege e me ilumina, o quanto me quer bem e o quanto faz por isso. Pai, se você vê minhas lágrimas não fiquei triste, não são lágrimas de tristeza, são de emoção. Não digo que não me doem à noite, aos domingos, quando ouço tanto sobre "o dia dos pais", mas me enchem de boas lembranças e fé naquilo tudo que me ensinou, na felicidade que se conquista, no amor verdadeiro que nasce e floresce. Minhas lágrimas nada mais são que o regar da minha alma.

Escrevo-lhe mais, sempre mais.
De todo coração,
sua primogênita,
Ana.

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