quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quanto aos toques e aos ventos


   O vento tocou meu rosto. Assim, eu andando e ele vindo, como se contra mim, mas na verdade ao meu favor. A sensação gelada na minha face pálida, o sol suavemente amenizando o frio, meus cabelos ao vento e os olhos se fechando para entender. O toque macio e gelado era tudo que eu queria, não mais queria voltar para casa nem abrir os olhos. Queria me permitir voar, aquela sensação de liberdade e conforto para sempre.
   Enquanto sentia aquele adorável toque entendi do que meus sonhos e amores são feitos. Ainda que todos me considerem louca, ainda que seja insanidade. Se amo, se sonho, se acredito é porque mesmo o vento na direção oposta ao meu caminhar me dá mais vontade de andar. É assim que vivo, sentindo a resistência do vento (física pura!), mas sendo forte, persistente. Vez em quando corpos estranhos me causam lágrimas, é normal, é necessário. Na maior parte do tempo torno-me mais forte, mais resistente, encontro mais motivos para sorrir e continuar. É disso que sou feita, é para isso que vivo.
Eu senti o toque do vento e, então, entendi.

Ana Kita

4 comentários:

  1. Me veio a cabeça sabe o quê? Exatamente como uma nau cruza os mares... impelida pela força dos ventos.

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  2. Bonita imagem, Kawen! ;D
    Obrigada pelo olhar atento sempre! *-*

    Beijinhos!
    Ana

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  3. "O que não me mata, me fortalece" - Nietzsche

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  4. Clássica e real citação, Daniel! ;D
    Viu? Cada vez entendo mais de literariedade! =D

    Beijos!
    Ana

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