sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Quanto à dor e ao prazer

(No 18º inverno.)  

   Na primeira vez um certo desconforto, mas sem dor. Eu tremia e sorria, estava feliz, não tinha dúvidas, mas um arrepio subia pelo meu corpo. Na segunda vez já me sentia mais confiante, certa do que fazia e crente de que não sentiria dor. Doeu. No começo uma dor suave, a seguir intensa. Eu já não era uma menininha, sabia o que queria, olhava firme e sorria. Sangrei. Junto com o sangue minha força se esvaia de meu corpo, vontade de pedir pra parar, mas nem as lágrimas vieram. Antes que eu pudesse desistir ou gritar, a alegria veio e aguentei a dor com prazer. Não foi bem coragem, era um misto de vontade e medo de desistir, como se algo dentro de mim repetisse: “Começou? Agora termina!” Por fim terminou, e meu corpo todo dizia: valeu a pena! A dor permaneceu por algumas horas, contudo as marcas e lembranças serão para sempre.

Ana Kita


(Foto pessoal. Autoria: Adriana Cristina Kinas. Local: Hindu Studio.)

10 comentários:

  1. Suscinta mas direta.
    Um bom escritor consegue mostrar tudo sem dizer realmente o que é. Consegue construir um cenário sem descrever os móveis.
    Excelente.
    E muito palpável também.
    Parabéns!
    ;D

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  2. haha,
    que massa, anaaa!

    feliz aniversário a ti!
    parabéns.

    que muitas escritas e leituras venham =)

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  3. Muito obrigada, meninos (Léo e Íta)!

    Realmente a subjetividade é um instrumento incrível do escritor! ;D

    Beijos!
    Ana

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  4. "Crava, na pele
    Símbolo, significados"
    poesia com o corpo :)

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  5. Pra fazer valer a vontade, a dor passa a ser apenas a ponte necessária. É só atravessar!

    Parabéns pela tatuagem...eu tb adoro!

    Beijos e ótima semana!

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  6. Bem assim mesmo, Moni!
    Obrigada pelo seu "testemunho" de tatuada! haha :D

    Ótima semana pra ti também!
    Beijos!
    Ana

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  7. Ah, que massa XD
    Não consegui deduzir pelo texto qual era a tatuagem...
    Valeu por visitar meu blog, agora devo ter
    uns 5 ou 6 leitores (recorde) HAHA
    Não tenho comentado nos outros posts, porque... bem, minha habilidade de compreender poesias/poemas/versos é quase nula (pra não dizer nula)
    E bom, pra ser bem sincero, se não tivesse sua foto fazendo tattoo, eu jamais iria imaginar que era isso...
    Enfim, são frustrações de alguém que compreende versos...
    Talvez eu faça um poema sobre o meu não-entendimento de poemas, acho ia ser meio que um paradoxo...
    Deixa pra lá, nem lembro que eu estava escrevendo mais... (igual o cara do vídeo)
    Beijos.

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  8. corrigindo
    "...alguém que NÃO* compreende..."

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  9. Daniel e seus comentários divertidíssimos! :D
    O desenho da tatuagem é uma borboleta quando cicatrizar de vez publico uma fotinho! *-*

    Nem precisa agradecer, seu blog me instiga e tenho aprendido a rir com o humor "público"(como parece mais normal das mulheres, não sou alguém que busque humor na internet). O tal "PC Siqueira" me encantou mesmo, tem algo de muito inteligente, em meio a tantas piadinhas pouco palpáveis.

    Quando você deixar de tanta nóia de "não compreender" vai apreciar mais, tenho dito.
    Mas, agradeço as tentativas por aqui. haha Gosto de olhares atentos, mesmo que "não compreendam".

    Sobre a foto explicar que se trata de fazer tatuagem é proposital, em outro contexto o texto poderia ser interpretado de outra forma (ao menos vejo a possibilidade de ser primeira vez sexual, não?). Isso é o legal da literariedade, não há a obrigação de ser um relato claro e lógico. Vai ser o que o leitor sentir...

    Venha sempre que quiser, entender ou não, comentar ou não (adoro comentários, mas não é legal por pressão, precisa ser assim mesmo, orgânico)! ;)

    Beijos!
    Ana

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